quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Hard Rock Zombies


Trilha sonora do review: Queen – Show Must Go On

O título já promete: Zumbis + Hard Rock. E logo o filme mostra a que vem, inaugurando a nudez gratuita com pouco mais de um minuto, uma marca memorável. Nem a clássica cena do banho falta. Nesse caso uma banda inteira é transformada em zumbis. Se o filme não fosse tão velho, suspeitaria que o escritor tivesse se inspirado nas performances dos Los Hermanos.

Vale à pena prestar atenção no incrível baterista que toca bateria por telecinese. De onde estaria vindo o som do bumbo ou dos pratos, já que ele está em pé e visivelmente não mexe a perna ou ataca os pratos durante várias seqüências. Mistérioooo! Também repare como o vocalista parece uma versão latin lover do Marcos Mion e o guitarrista grita “queria ser o Randy Rhoads”. Mais impressionante ainda é a performance do engenheiro de som, que fica mexendo que nem um doido em todos os botões da mesa de som. Só não se sabe para quê.

Um dos fatos marcantes é que o filme tem tantas minorias que parece um disco do Roberto Carlos (argh!). Gagos, paraplégicos, anão caolho, mulheres feias e mal comidas, bichos do mato comedores de cabras, juízes burros (apesar de isso não ser exatamente uma minoria), matusaléns sabichões e virgens (sim, nesse filme elas existem). Mas, quando você achava que já tinha visto as coisas mais bizarras, eis que surge nada mais nada menos que o bigodinho mais famoso nos círculos judeus: Hitler! Sim, ele mesmo! “No more Mr. Nice Guy”! E, em uma clara homenagem a Gary Thain e Keith Richards, o bigodinho trata de eletrocutar os músicos, inclusive, pasmem, o baterista!

Mas o mais importante é que o filme não se leva a sério, como podemos perceber em “This sounds like a cheap movie!”. Com certeza esse foi uma das fontes de inspiração de Peter Jackson para Fome Animal.

In memorian Touro Bandido

Trailer:

sábado, 24 de janeiro de 2009

Demons - A série


Trilha sonora do review: Pânico - Ilha da Uta

Não, infelizmente essa série que estreou dia 3 de janeiro de 2009 na Inglaterra não tem nada a ver com os filmes Demons de Lamberto Bava e Dario Argento. Mas a sinopse prometia: “Com uma versão contemporânea para o legado de Bram Stoker, essa série se passa na Londres dos dias de hoje e se foca na história do último descendente de Van Helsing – e seu destino”.

A idéia devia parecer genial para os criadores da série: ”Vamos pegar o melhor de Star Wars, o melhor de Harry Potter (que já copiou Star Wars na cara dura) e o melhor de Bram Stoker e fazer um negócio genial.” Na teoria realmente parecia que poderia dar certo... mas na prática saiu um yakisoba amanhecido. Até triângulo amoroso com uma desprovida visual rola (estou tentando ser politicamente insosso correto).

Ninguém merece esse Harry Potter de quinta categoria com acento cockney, piadas horríveis, roteiro plagiando Arquivo X na cara dura e uma abertura simplesmente ridícula. Ah, só assisti dois episódios, mas aposto que o pai dele é o Darth Vader, ops, quer dizer o pai dele não está morto, apenas mudou de lado. Vá catar coquinho. Até o ator que faz o papel de Luke é um cruzamento de Harry Potter com o príncipe Harry do reino onde nada é divertido.

Felizmente existe alguns momentos que tornam a experiência de assistir isso menos excruciante como quando no primeiro episódio toca “Ruby” do Kaiser Chiefs... e esse foi o único momento que conseguiu diminuir meu ódio por essa porcaria. E ainda temos uma pérola da sabedoria de boteco revelada no segundo episódio: Travesti, do latim, significa algo ruim dissimulado como algo bom. Realmente a palavra é extremamente apropriada ao sentido moderno.

Esse é um dos maiores desperdícios de dinheiro que já rodaram na televisão mundial. Cenários bons, efeitos especiais decentes... e o resultado é essa coisa? Fala sério, o filme do post abaixo ia ter aproveitado muito melhor esse orçamento. Devia ter ido ver o filme do Pelé.

PS: Assisti o terceiro episódio depois de escrever esse review e agora acredito que essa série tenha um estilo Ebicen, pois é ruim demais, mas você continua assistindo.

Trailer:

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Zombies - The Beggining


Trilha sonora do review: Aerosmith – Eat the Rich

Some atores ruins com uma dublagem pior ainda e você começará a ter uma idéia do que é esse filme. E é claro que a dublagem proporciona coisas como o soldado com a voz do Batatinha. Em tantos anos vendo filmes trash isso é algo que jamais pensei com que fosse me deparar. Uma verdadeira pérola perdida. Ainda temos o capitão, que tem um dublador que parece ter saído de algum Looney Tune, mais precisamente o Patolino: “Vochê é desprecível”. Esse filme italiano dublado em inglês nos proporciona um aguçadissimo senso de Sucker & Fucker, o que contribui ainda mais para a experiência comédica presente.

A pergunta que me faço é: O que fez alguém pensar que esse roteiro seria interessante? Pois apesar de tudo, existe uma seqüência lógica e temporal coerente, algo raramente visto em filmes desse calão. Isso torna o filme pior ainda, já que, ao permitir ao caro telespectador que entenda o roteiro, é possível perceber o quão ruim a coisa é. Temos até personagens voltando como que dos mortos, e não me refiro ao sentido zumbítico da palavra.

Mas não para por aí não. Ainda temos zumbis que parecem saídos diretamente de algum stand-up do Hermanoteu. E, num dos momentos mais toscos da história do cinema, é possível ver a cobertura que envolve a câmera durante a cena em que os corpos são descobertos. Quando você acha que não podia ficar mais ridículo, você percebe que os soldados usam um furgão que parece a mistery machine do Scooby-Doo, fala sério. Também temos a participação especial de Joselito como soldado mongol que só faz perguntas estúpidas.

Não, ainda não acabou, sério. Temos ainda cenas de explosão recicladas de outros filmes e o impagável momento “super gêmeos! Ativar!” com nitroglicerina. Ainda temos também o momento Achmed com “You fucking bastards! I kill you all!” e frases absurdamente hilárias como: “You ugly witch!”; “Now we’re in deep shit!”; e “This is getting out of control here”. Enfim, esse filme possui todas as qualidades que o tornam um clássico do cinema Trash.

Trailer:

domingo, 11 de janeiro de 2009

Tiozão do churrasco vs Thin Lizzy cover


Trilha sonora do review: precisa?

O vídeo começa normalmente, aparentando ser só mais um show comum de uma banda ávida por conseguir qualquer platéia. Porém eis que, aos 45 segundos, surge a peça fundamental que dá a liga a esse vídeo e ofusca completamente o trabalho da banda: o tiozão do churrasco. Nesse momento a platéia ensandecida se afasta para um momento solo desse ser peculiar.

Nosso querido tiozão faz uma entrada triunfal dando uma ré no kibe estilo anos 60. Aparentemente ele pensa que está em um show do Elvis Presley, mas acho mais provável ele achar que está num show do Grateful Dead, graças ao estado visivelmente intoxicado em que ele se apresenta. O que será que ele tomou? Cerveja não foi. Nesse momento se percebe o profissionalismo dessa banda. Fala sério, você agüentaria tocar com essa figura dançando na sua frente?

Infelizmente, a 1:45, surge um bicão querendo se aproveitar do talento inato para a dança do nosso tiozão, ao que logo é expulso pela platéia ensandecida. A inveja é uma merda mesmo. Não se pode nem ter seus 15 minutos de fama em paz. Ainda bem que o grande trabalho de câmera logo corrige essa distorção imprevista na performance. O tiozão está com o capeta no corpo a 2:11, repare que sai até fumaça dos pés dele. Tiozão is on fire!!

A 2:46, nem o vocalista agüenta e solta uma risada meio disfarçada enquanto canta, mas nada que desvie a atenção do prato principal. Em seguida, a 3:01, o tiozão mostra porque é o cara, demonstrando toda sua destreza e concepção de dinâmica, levando a performance ao seu clímax, com uma rebolada que faria a Carla Perez se sentir uma americana dura.

Depois disso aparentemente o tiozão perde o pique, mostrando a idade que tem. Entretanto, tirando algo literalmente do nada, ele coroa todo seu trabalho aos 3:41, com um rodocóptero dos mais criativos. Pobre da banda, achando que os aplausos são para eles... é óbvio que o alvo da salva de palmas é o tiozão do churrasco. Percebendo isso, eles se vêem obrigados a encerrar o show, visto que o carisma do tiozão os ofuscou completamente.



sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Homeworld


Trilha sonora do review: Jeff Buckley – Hallelujah

De onde você menos espera, é dali que não sai nada mesmo. Felizmente não é o caso desse filme, pois esse filme é uma grata surpresa do reino da ficção científica. Esqueçam a megalomania e a futilidade do remake de Guerra dos Mundos e imaginem um filme que consegue prender a atenção por um roteiro muito bem escrito e por personagens verossímeis. Mesmo utilizando temas um tanto quanto derivativos de Matrix e de O Sexto Sentido, o roteiro é montado de uma forma em que os temas presentes nestes filmes sejam mostrados sob uma nova luz.

Não há sequer uma explosão no filme e apenas um tiro durante todo o tempo e, nem por isso, o filme é menos interessante, mesmo se passando praticamente o tempo todo em uma floresta que poderia estar até em um filme sobre a época medieval. O destaque vai para os atores que, apesar de serem praticamente anônimos, conseguem produzir performances convincentes. Esse é um daqueles filmes que te obrigam a pensar para compreender o roteiro plenamente e isso o leva a odiar e depois deixar de odiar vários personagens, tamanha a quantidade de reviravoltas presentes.

Enfim o único defeito do filme, talvez, seja o orçamento visivelmente baixíssimo (que resultou em cenas geradas por computador basicamente ridículas, que graças a deus são poucas), mas dado o efeito conseguido pode-se dizer quase um milagre que foi possível fazer um filme de ficção científica decente. O diretor e escritor Philip Hudson tem cacife para se tornar um grande diretor, bem como o filme tem potencial para se tornar um filme cult, com certeza. Definitivamente recomendado.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O Massacre



Trilha sonora do review: Molejo – Salada Mista

O filme mostra a salada mista que propõe logo na abertura, com uma seqüência que pode ser descrita como um crossover entre o melhor de Stanley Kubrick e Ed Wood (seja lá o que for o melhor dele). Infelizmente a nudez gratuita demora a aparecer, mas não decepciona quando dá as caras. Entretanto isso não impede o filme de ficar devendo em termos de nudez gratuita.

Um dos destaques positivos do filme é o fogo mais falso já produzido por qualquer computador, desde o Atari. Percebe-se claramente que se trata de um protesto contra efeitos especiais produzidos artificialmente, através de sopinhas de letras matriciais.

Outro ponto interessante é o fato do filme contar com um elenco de atores treinados para atuarem em seriados mentecaptos semelhantes à Friends e a qualquer outra coisa sem sal que podemos ver a qualquer momento no canal Sony. O destaque vai para a performance imemorável de Zak Kilberg, um ator de futuro desempregado. Isso beneficiou enormemente o clima do filme, já que os atores não conseguem fazer com que você esboce risadas nem não intencionalmente.

No entanto a cereja do bolo é o caráter Evil Dead sem Ash do filme (incluindo as cenas slow motion bizarras), com pitadas de House, incluindo uma seqüência absolutamente Amytville. Até H.P. Lovecraft é botado na roda com “unspeakable evil”. Um verdadeiro liquidificador de clichês trash. Entretanto, não espere apenas clichês, pois numa das reviravoltas de roteiro mais absurdas de todos os tempos zumbis praticamente brotam no roteiro. Essa reviravolta ainda é responsável por nos presentear com uma citação direta a George Romero e uma citação indireta ao Retorno dos Mortos Vivos. Genial! Obrigatório para fãs de Sam Raimi.